Fotografia é uma paixão de muitos, neste momento impulsionado pelas redes sociais um modo de vida, para a entender-mos nada melhor do que explicar sua etimologia: “Foto-Grafia. Escrever com luz”. Mais especificamente, do grego “fós” (“luz”), e ”grafis” ou “grafê” (“pincel”), ou algo como desenhar com a iluminação.
A Luz sempre foi importante para a fotografia, na “Época” do rolo fotográfico era um fator crucial a ter em conta. Hoje, com as imagens digitais, e o constante desenvolvimento tecnológico quer das câmaras como dos poderosos flash, o tirar uma fotografia tornou-se algo muito mais abstrato. Ainda assim, a luz é um ponto essencial para se criar uma bela imagem.
Como funciona a câmara fotográfica
Vamos passar aos pontos essenciais do seu funcionamento. Na hora do clique, a luz passa pela lente e é enviada para o sensor -no caso das analógicas, para o filme. A área que estiver iluminada o suficiente vai aparecer, criando a imagem.
A quantidade de luz que entra pela lente da câmara é o que determina se ela vai ter uma exposição apropriada ou se ficará superexposta ou sub-exposta. Para se definir, o fotógrafo precisa de ter em conta três variáveis, considerando a iluminação do ambiente:
- ISO;
- abertura do diafragma;
- velocidade do obturador.
Todas estas definições são passiveis de serem alteradas em equipamentos que contam com o modo M (manual).
ISO
Também conhecido como “sensibilidade fotográfica”, o ISO é o que determina a sensibilidade do filme ou sensor perante a luz. Nas câmeras analógicas, o ISO é selecionado quando se comprar um filme. Os mais sensíveis e mais indicados para ambientes escuros são os de ISO mais elevado, como o ISO 800. Os menos sensíveis e indicados para lugares com muita luz são os de baixo ISO, como o ISO 100.
Filmes de diferentes ISO. Imagem: Reprodução/Lomography
Foi adotado o mesmo conceito na fotografia digital: numa câmera, é possível determinar o grau de sensibilidade do sensor à luz. Ao escolher um ISO mais alto, porém é preciso ter em conta que, a granulação na imagem também aumenta.
Como configurar?
Os menus variam de marca para marca e conforme o modelo da câmara. Por isso, defina o modo manual, e tente encontrar o ISO nos menus de ajuste ou num botão externo na câmara. Não te esqueças quanto mais alto for o número, mais sensível ficará o sensor.
Obturador
O obturador é um dispositivo da câmera que determina por quanto tempo o filme ou o sensor digital será exposto à luz. O obturador só é aberto com o acionamento do botão de disparo, fazendo com que a luz entre no equipamento.
Para entender-mos melhor a relação do obturador com o resultado da imagem, imagine o seguinte cenário: um fotógrafo que está imóvel tenta fotografar um objeto em movimento.
Se a velocidade de abertura do obturador for baixa e o mecanismo permanecer aberto por mais do que uma fração de segundo, a imagem será captada continuamente, enquanto o objeto a fotografar passa por frente da lente da câmara. O resultado desta fotografia seria uma imagem distorcida.
Como configurar?
O tempo de exposição mede-se em frações de segundo. Numa câmara comum, pode variar entre 30s até 1/4000. Algumas câmeras também contam com o modo “B” (bulb), que deixa o obturador aberto pelo tempo em que o botão de disparo estiver pressionado.
O número indicado no display da câmera é sempre a parte de baixo da fração, ou seja: na exposição 1/3000, a câmera deve exibir apenas o número 3000. Ao passar para os segundos, o equipamento passa a usar apóstrofes para indicar o tempo (2’ para dois segundos, por exemplo).
Diafragma
O diafragma é o que define a quantidade de luz que entrará na câmera, indicando a intensidade com a qual o sensor (ou o filme) receberá a luz. Enquanto o obturador determina por quanto tempo o sensor será exposto, o diafragma é o que faz com que o equipamento receba muita ou pouca luz.
Ao contrário do obturador, que se abre e fecha a cada disparo, o diafragma fica sempre aberto na posição indicada pelo fotógrafo. O diafragma está interligado com o obturador: o fotógrafo para obter a imagem desejada irá sempre ter a necessidade de ajustar ambos.
Como configurar?
O diafragma é medido por um valor determinado pela letra “f”. Quanto menor o valor de f, mais aberto estará o diafragma. A capacidade de abertura do diafragma vai depender da lente utilizada. Lentes consideradas “mais claras” podem ter aberturas a partir de f/1.4, por exemplo, enquanto as lentes comuns partem de f/2.8, podendo chegar até ao f/11 ou f/22.
O fotômetro e a exposição ideal
Para quem está iniciando, o “cálculo” para determinar cada elemento pode parecer um pouco confuso. Por isso, irá precisar de ficar sempre atento num dos elementos mais importantes do equipamento: o fotómetro.
O mecanismo que ajuda os fotógrafos a perceberem se a imagem terá a exposição adequada, mesmo antes de fazer o clique. O fotómetro interpreta a luz do local conforme as configurações determinadas pelo utilizador, indicando o quão próximo da exposição “perfeita” ela ficará.
Marcação do fotómetro
A sua medição encontra-se numa pequena régua, como a da imagem acima. Se a seta estiver no meio, significa que a exposição é a ideal. Se ela estiver a pender para o lado esquerdo, a fotografia ficará muito escura. Se estiver a pender para o lado direito, significa que há luz em excesso a entrar na câmara, o que poderá deixar a foto muito clara. Nos casos mais extremos, a imagem sub-exposta ficará completamente preta, enquanto a superexposta ficará totalmente branca.
Balanço de brancos
O balanço de branco (em inglês ‘White Balance’ ou WB) é o processo de remoção de cores não reais, de modo a tornar brancos os objetos que aparentam ser brancos para os nossos olhos. O correto balanço de branco deve levar em consideração a “temperatura de cor” de uma fonte de luz, que se refere a quão ‘quente’ ou ‘fria’ é uma fonte de luz. Nossos olhos estão bem treinados para diferenciar o que é branco em diferentes situações de luz, mas as câmaras digitais normalmente encontram grande dificuldade em fazê-lo utilizanndo o ajuste de branco automático (‘Auto White Balance’ ou AWB). Um balanço de branco incorreto pode gerar imagens ‘lavadas’ com azul, laranja e mesmo verde; que são irreais e podem chegar a estragar fotografias. Para fazer o ajuste de branco na fotografia tradicional é necessário recorrer ao uso de filtros ou filmes para as diferentes condições de luz, mas, felizmente, isto não é mais necessário na fotografia digital. Compreender como o balanço de branco digital funciona pode ajudá-lo a evitar a aparição de tons indesejados gerados pelo AWB, e assim melhorar suas fotos numa grande gama de condições de luz.
Balanço de Branco Incorreto | Balanço de Branco Correto |
Como funciona?
A luz que bate nos objetos e é refletida para dentro da câmara pode contém diversas cores. Isto muda conforme a fonte de iluminação utilizada e a cor dos próprios objetos, que podem refletir tons diferentes. Para que as cores sejam apresentadas da maneira correta, é preciso manter o ajuste sempre da forma adequada para cada situação.
Imagem: Tradução/Exposure Guide
A diferença nos tons é medida por algo chamado temperatura de cor, que é medida em Kelvins. Para entender um pouco melhor, analise a medição na tabela supra.
Como configurar?
Existem diversas formas de ajuste: algumas câmaras contam com o controle manual e outras trazem o balanço pré-definido e nós só necessitámos de escolher opções entre “Sol”, “Luz incandescente”, por exemplo.
Se a câmara possuir o modo automático (AWB). Este pode ser uma boa opção para quem não quer perder tempo com ajustes, mas tende a deixar as imagens sem vida. Se for o caso, poderá fazer as correções necessárias posteriormente, por meio de softwares de edição, porém, isso é uma missão para os mais experientes.
Nem todas as câmeras contam com o ajuste de balanço de branco manual, mas, se ele existir, procure no manual onde está localizado no menu.
Escolha uma superfície de cor cinza não muito escura e pouco refletiva (muitos fotógrafos preferem um cartão cinza 18% ) e faça a nova medição. Na falta do cartão cinza, escolha uma superfície branca, porém, esta não é a melhor opção.
Foco
Nem sempre uma foto sai completamente nítida, o que pode indicar que ela tenha ficado fora de foco. Trabalhar bem o foco constitui uma arma poderosa para quem quer criar belas imagens. Selecionando o objeto que irá ter destaque, pode mudar completamente uma fotografia.
Como ajustar?
O foco pode ser ajustado de forma manual, dependendo da máquina e lente pode ser por intermédio do anel de ajuste de foco da lente até que a área que pretende que fique focada esteja completamente nítida. Se preferir, pode deixar a câmara no modo automático que o próprio equipamento vai interpretar o que precisa ganhar destaque na imagem.
Profundidade de campo
Baixa profundidade de campo deixa elementos mais distantes desfocados. Imagem: Caroline Hecke
A profundidade de campo, também conhecida como DOF (“depth of field” em inglês) é o que define o quanto os objetos próximos do foco da imagem também estarão focados. Quanto maior o DOF, mais coisas ao redor do objeto ficarão focados. Com um DOF menor, tudo ao redor do seu objeto principal poderá perder o foco.
Como fazer?
Existem duas formas de controlar a profundidade de campo: ou se altera a abertura do diafragma alterando a sua posição perante o objeto fotografado. Com uma maior abertura (f/1.4, por exemplo) o DOF será menor, o que deixará o fundo da imagem mais desfocado; com uma abertura menor, a profundidade de campo aumenta.
Para lentes mais simples, com menor abertura, é possivel aumentar a profundidade de campo ao se aproximar do objeto. Quanto mais perto do objeto fotografado, mais desfocado ficará o seu fundo, porém, o efeito não é tão impressionante como quando o ajuste é feito pelo diafragma.